As vendas do comércio lojista carioca recuaram 3,5% em setembro em comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com a pesquisa Termômetro de Vendas divulgada mensalmente pelo Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio), que abrange cerca de 750 estabelecimentos comerciais da Cidade. No acumulado dos nove meses do ano (janeiro/setembro) houve uma queda de 17,5% em relação ao ano passado.
A pesquisa mostra também que todos os produtos do ramo mole (bens não duráveis) e do ramo duro (bens duráveis) registraram vendas negativas. As maiores quedas no faturamento no ramo mole foram calçados (-7,2 %), tecidos (-6,4%) e confecções (- 5,9%), no ramo duro (bens duráveis) todos foram negativos: joias (-7,6%), móveis (-5,8%), óticas (- 5,5%) e eletrodomésticos (-2,8%). A modalidade de pagamento mais utilizada pelos clientes foi a venda a prazo com menos 4,4%, seguida da venda à vista com menos 6,9%.
Em relação às vendas conforme a localização dos estabelecimentos comerciais, no ramo mole, as lojas do Centro venderam menos 15,1%, as da Zona Norte menos 12,5% e as da Zona Sul menos 8,9 %. Nos bens duráveis, as lojas do Centro faturaram menos 9,8%, as da Zona Norte menos 12,5% e as da Zona Sul menos 2,8%.
O presidente do CDLRio e do SindilojasRio, Aldo Gonçalves, entidades que juntas representam mais de 30 mil lojistas, diz que setembro é um mês imprensado pelo Dia dos Pais, em agosto, e o Dia das Crianças, em outubro, duas das grandes datas comemorativas para o comércio lojista, que também não atingiram as expectativas do comércio, mas que setembro continuou refletindo os efeitos da pandemia e também, no caso do Rio de Janeiro, a crise econômica, com desemprego, a crescente violência e o aumento da camelotagem.
“O fato é que aqui no Estado do Rio, diferente do que ocorre em vários outros estados, há uma forte redução no consumo, seja pela não circulação das pessoas, seja pela queda generalizada do poder aquisitivo causada pelo desemprego e por todos os fatores que tão dramaticamente afetam não só a saúde financeira, como a própria sobrevivência do comércio”, diz Aldo Gonçalves, que ressalta também que “entre outras questões vitais para recuperar o setor, o CDLRio e o SindilojasRio têm feito uma série de ações junto a agentes públicos e do sistema bancário pela desburocratização e pela agilização de acesso às linhas de crédito disponibilizadas pelo governo, principalmente pelas micro e pequenas empresas que tem encontrado muita dificuldade para ter acesso a esse crédito.”
Aldo lembra também que todas as datas comemorativas até agora registraram resultados negativas e que recentemente o Dia das Crianças as vendas foram negativas com índice de menos 2,5% em comparação a mesma data do ano passado.
Além disso, o SindilojasRio e o BNDES, com apoio do SindRio, da Ajorio, Polo Saara, Sescon-RJ e CRCRJ, vão promover um webinar gratuito amanhã para apresentar os programas e linhas de crédito disponíveis para MEI e MPMEs, justamente para discutir, entre todos os problemas enfrentados pelo comércio devido à pandemia talvez o maior seja a grande dificuldade de acesso ao crédito, que tanto tem punido as empresas, principalmente as de menor porte.
O webinar irá ao ar ao vivo no canal do SindilojasRio no YouTube, apresentado pelo jornalista Igor Monteiro, editor da revista “O Lojista”, e terá a participação de Aldo Gonçalves, e dos representantes do BNDES, Tiago Peroba, chefe do Departamento de Clientes e Relações Institucionais, e Gabriel Aidar, gerente de Clientes.
Publicado no Jornal Monitor Mercantil em 21 de outubro de 2020.