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Comércio carioca registra em 2020 o pior desempenho dos últimos anos

O comércio carioca registrou, em 2020, o pior desempenho dos últimos anos, com queda de 18% nas vendas, em comparação com o mesmo período de 2019. A estimativa é do CDLRio e do SindilojasRio, que leva em conta os três meses de lojas fechadas devido à pandemia de covid-19.

De acordo com Aldo Gonçalves, presidente das duas entidades, que juntas representam mais de 30 mil estabelecimentos comerciais, depois de mais de 100 dias de portas fechadas devido à pandemia, o comércio carioca ainda não deu sinais de reação. Um exemplo foi o Natal, responsável por 30% do faturamento anual do comércio, que registrou queda de cerca de 8% nas vendas.

“Apesar de institutos de pesquisa mostrarem uma tímida recuperação das vendas em algumas cidades do País, o comércio varejista do Rio não sentiu esta melhoria. A forte redução no consumo, seja pela não circulação das pessoas, seja pela queda generalizada do poder aquisitivo causada pelo desemprego e outros fatores, continua afetando o setor”, afirma o dirigente.

“Dentre os mais prejudicados, do ponto de vista da economia, estão os micros, pequenos e médios empresários, que lutam para sobreviver a esta crise sem precedentes. Vale lembrar que a crise econômica é anterior à pandemia. Revela-se no elevado índice de desemprego, na desordem urbana, na violência resiliente, na proliferação de camelôs, nas sequelas da corrupção desenfreada de governos anteriores”, ressalta Aldo.

O presidente do CDLRio e do SindilojasRio recorda que, já no acumulado de 2019, as vendas recuaram 2,9% em relação a 2018, registrando resultados negativos em todos os doze meses. Mesmo em dezembro, mês do Natal, o varejo carioca registrou queda. Também em 2020, todas as datas comemorativas registraram resultados negativos.

Ainda segundo o dirigente, as expectativas para 2021 não são animadoras. “No contexto do Rio de Janeiro, a situação não poderia ser pior. A pandemia, com todas as suas consequências, pode agravar ainda mais a prolongada crise política e financeira que há anos atinge o estado. Vivemos nosso pior momento, com severas dificuldades em várias áreas; com economia praticamente estagnada, desemprego em alta, desordem urbana, violência, inflação, exagerada carga tributária e a burocracia que só atrapalha a quem quer empreender e gerar empregos e renda. ”

“O momento exige imperiosas correções de rumo para recolocar o Rio de Janeiro nos trilhos do desenvolvimento social e econômico. Exige um enorme empenho de toda a sociedade, do setor produtivo e, principalmente, dos poderes públicos nas esferas municipal, estadual e federal para que o Rio de Janeiro retome seu papel de destaque como a segunda maior economia do Brasil, responsável por mais de 12% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro”, diz Aldo.

Para o presidente do CDLRio e do SindilojasRio, “nesta perspectiva, em relação ao comércio será crucial que a administração municipal se empenhe em resolver as questões que tanto afligem o setor e que são fundamentais para estimular seu fortalecimento e seu crescimento. A revalorização do espaço urbano e do comércio de rua, a melhoria da segurança e mais eficiência no combate ao comércio ilegal, por meio de fiscalização e repressão à pirataria, às mercadorias de procedência duvidosa, com apoio do governo do estado, são medidas urgentes para a revitalização do setor”.