Já pararam para observar que atualmente a informação e os produtos também nos procuram, enquanto consumidores em potencial? Quem nunca viu na sua linha do tempo das redes sociais aquele produto que estava interessado, que buscou alguma vez no Google ou informações do tipo que costuma consumir? Já ouvi, inclusive, pessoas afirmarem que apenas pensaram em algo e, de repente, esse pensamento concretizou-se em forma de propaganda ou anúncio na tela do computador ou do celular.
Vivemos na Era da Informação, termo que se refere à realidade tecnológica como mediadora das relações humanas e das interações entre máquinas, estas últimas cada vez mais autônomas. E uma das principais características dessa
realidade é a hiperconectividade, ou seja, o fato de estar todo mundo conectado o tempo todo.
Quando navegamos hoje pela internet, deixamos uma gama de informações e um rastro da nossa personalidade e dos nossos hábitos de consumo, tanto de produtos e serviços como de assuntos do nosso interesse. Mesmo sem nos darmos conta, somos geradores permanentes de dados. Por exemplo, ao utilizar o aplicativo Waze como GPS para chegar a um destino, estamos fornecendo centenas de dados em tempo real sobre o percurso. E esses dados – como o tempo médio de deslocamento em determinada via – vão influenciar os trajetos sugeridos pelo app a outros motoristas. Hoje, máquinas e robôs podem saber muito mais sobre nós do que nós mesmos.
Nesse contexto, marcas e negócios usam tais mecanismos para aparecer para o seu público-alvo. A propaganda está migrando dos meios de comunicação tradicionais, como a TV e o rádio, para as redes sociais e mecanismos de busca como o Google. E é muito mais segmentada e certeira, o que aumenta a chance de se comunicar com aquele grupo que tem mais possibilidades de comprar o seu produto. Quando uma empresa anuncia no Google, no Facebook ou no Instagram de forma correta, ela escolhe exatamente o público que deseja atingir, seja de acordo com sexo, idade, região ou interesses. A segmentação, bastante refinada, é baseada nos hábitos de navegação na internet dos usuários.
Se a sua empresa ainda não utiliza esta poderosa ferramenta, é preciso correr atrás do tempo perdido, pois a concorrência é grande e o seu negócio pode ser engolido por empresas que estão sabendo tirar proveito da tecnologia.
No entanto, essa hiperconectividade tem também aspectos negativos. Há quem diga que está desconectando as pessoas, já que muitas, hoje, preferem comunicar-se pelo WhatsApp e não pessoalmente. É comum ver pessoas reunidas em torno de uma mesa de bar ou restaurante, todas alheias, envolvidas com seus smartphones.
A dificuldade para se concentrar e o aumento dos níveis de ansiedade notados na população mundial também estão relacionados, em estudos e pesquisas, à Era da Informação. As pessoas se sentem sufocadas com tanta informação.
Há quem afirme, ironicamente, que poderia ser a “Era da Desinformação”, por considerar-se que boa parte do conteúdo disponível não passa de futilidade ou não tem relevância. E atualmente, somos bombardeados pelas fake news que se espalham na velocidade da luz.
O importante é entender que o mal não está na tecnologia, e, sim, no uso (errado) que podemos fazer dela.
A Era da Informação é um caminho sem volta. É preciso aprender a conviver com os desafios que as novas tecnologias nos impõem, sem que nosso equilíbrio e, principalmente, nossas relações sociais, sejam afetados. Estarão à frente de qualquer situação, seja no âmbito pessoal, profissional ou empresarial, aqueles que souberem fazer bom uso das ferramentas tecnológicas, com consciência e inteligência.
Por Igor Monteiro
Editor da Revista O Lojista e jornalista, especialista em Planejamento Estratégico para Mídias Sociais.