A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), indicador calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), cresceu 0,4% em fevereiro ante janeiro, atingindo 77,6 pontos, maior patamar desde maio de 2020 (81,7 pontos). Na comparação com fevereiro de 2021, a alta foi de 4,6%.
Para a entidade, o resultado reflete melhor percepção do consumidor em relação à renda atual.
Dos sete tópicos usados para cálculo do ICF, seis apresentaram alta em fevereiro ante janeiro. É o caso das altas em emprego atual (1,6%); perspectiva profissional (0,9%); renda atual (2,1%); acesso ao crédito (0,7%); nível de consumo atual (3,9%); e perspectiva de consumo (0,1%). Nessa comparação, houve queda de 7,7% em momento para duráveis.
Na comparação com fevereiro de 2021, ocorreram altas de emprego atual (11,3%); perspectiva profissional (1,2%); renda atual (6,7%); nível de consumo atual (8,5%); e perspectiva de consumo (18,2%). Em contrapartida, houve recuos em acesso ao crédito (-6,6%) e em momento para duráveis (-9,2%).
Em nota sobre o indicador, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, comentou que os números apontam percepção mais positiva dos consumidores em relação à renda. “É possível observar uma evolução do poder de compra no curto prazo. O crescimento do índice Consumo Atual dá sinais de um ambiente para compra mais estabilizado”, afirmou ele, no comunicado.
A avaliação melhor de renda pode ser originada de melhor percepção sobre emprego, pontuou a CNC. A parcela de famílias que avaliaram o item Perspectiva Profissional de forma negativa reduziu para o menor patamar desde abril de 2020 (48,9%). Em janeiro, esse percentual era de 50,3% e, em fevereiro do ano passado, era de 50,8%. A pontuação do indicador também apresentou o melhor resultado desde abril do ano retrasado (106,3 pontos), chegando a 90,8 pontos, com variação mensal positiva de 0,9% e de 1,2%, na comparação com o mesmo mês em 2021, detalhou a CNC.
No entanto, a intenção de compra de duráveis mostrou a sexta queda consecutiva em fevereiro. Para a economista da CNC responsável pela pesquisa, Catarina Carneiro da Silva, a alta inflacionária e o aumento dos juros encareceram os bens duráveis, levando a uma maior dificuldade de compra desses itens.
Mas ela notou que houve avanço de 0,7% do item acesso ao crédito, em fevereiro ante janeiro, após quatro meses de queda nesse tópico, para essa comparação. “Isso mostra que, apesar de a Selic [taxa básica de juros] ter alcançado patamar de dois dígitos, o crédito continua sendo um importante indutor do consumo”, afirmou ela, no comunicado.
Fonte: G1