O desemprego (60%) ainda é a principal causa da inadimplência no comércio, seguido pela queda da renda (15,5%), descontrole de gastos (10,5%), costume de emprestar o nome a terceiro (10%), e furto ou extravio de documento (4%).
As conclusões estão na pesquisa Perfil do Inadimplente do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro – CDLRio, que ouviu 400 consumidores que procuraram os postos do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) da entidade para regularizar o nome. Dos entrevistados, 52% são homens; 22,2% trabalhavam no comércio; 36,1% têm entre 21 e 40 anos; 44,4% têm renda familiar de R$ 450 a R$ 2,1 mil; 72,2% tiveram o nome incluído no cadastro por dívida junto ao comércio; 58,3% pela compra de roupas e calçados; 25% pretendem quitar o débito usando recursos do próprio salário; 30% estão otimistas em relação à melhoria da sua situação financeira em 2022; e 33% pretendem fazer novas compras assim que quitarem seus débitos.
Segundo o presidente do CDLRio e do SindilojasRio, Aldo Gonçalves, os principais meios de pagamento que levaram os consumidores à lista do SCPC foram o cartão de crédito (65%), os carnês de crediário (25%) e os cheques pré-datados (10%). “O comércio é o setor que mais sofre, principalmente as lojas que vendem com prazos mais longos”, explicou.
Ainda de acordo com ele, foram poucas as mudanças em relação à pesquisa anterior realizada no ano passado. “O desemprego continua sendo apontado como a principal causa da inadimplência dos entrevistados. A novidade é que mais de 30% pretendem fazer novas compras”, diz.
O número de entrevistados com mais de um carnê (29%) e com mais cheques sem fundo (14%) também cresceu, o que revela o aumento da reincidência por parte dos consumidores. Roupas e calçados (51%) e os eletrodomésticos (29%) são os principais produtos comprados, seguidos por móveis (20%).
O salário, com corte de gastos, vai ser usado por 61% dos entrevistados para pagar os débitos, sendo que 11% pretendem utilizar a poupança, contra apenas 2% ouvidos na pesquisa anterior. Os empréstimos mais vantajosos, onde se inclui o crédito consignado, manteve-se em 7%. Entre os pesquisados, 46% pretendem fazer novas compras a prazo nos próximos meses, 36% não pretendem e 18% não sabem.