Um estudo recente da Visa apontou que 58% das pequenas empresas brasileiras já prepararam o terreno para que operem totalmente sem dinheiro físico nos próximos dois anos. Além disso, o mesmo estudo mostra que 92% dos empresários do Brasil esperam, em algum momento, operar de forma 100% digital, seja com Pix, Drex ou outras formas de dinheiro virtual como criptomoedas.
De acordo com Nathan Marion, gerente geral da Yuno, isso acontece por conta das facilidades oferecidas pelos métodos virtuais. “Custo baixo, rapidez, usabilidade e segurança são as razões principais que fizeram com que o Pix, por exemplo, se tornasse um dos métodos de pagamento mais utilizados no momento”.
Tanto isso é verdade que um outro levantamento, desta vez da Accenture, mostra que o Brasil é um dos líderes globais na utilização do método A2A (conta para conta, em tradução livre) instantâneo, em que o dinheiro é transferido diretamente de uma conta bancária para outra.
De acordo com Marion, o crescimento do uso de internet e tecnologia no Brasil foi um dos grandes responsáveis pela digitalização dos meios de pagamentos.
“Estamos falando de um país em que temos uma média de 2,2 dispositivos digitais por habitante, de acordo com a FGV. São 464 milhões de aparelhos entre computadores, notebooks, tablets e smartphones, o que faz com que a população fique cada vez mais conectada”, acrescenta.
Fim do dinheiro
Dessa maneira, o executivo realmente acredita que, em um futuro próximo, o dinheiro em papel vai entrar em desuso.
“Se você perguntar à maioria das pessoas nas grandes cidades do Brasil, a maioria provavelmente dirá que vêm usando cada vez menos dinheiro em espécie. Inclusive, existem até mesmo pessoas que passam meses e anos sem realmente tocar em uma nota. Além da tecnologia, pagar digitalmente é mais cômodo, pois evita imbróglios comuns ao se usar a moeda física, como a falta de troco e a necessidade de sempre se dirigir ao banco para sacar mais dinheiro”.
Do ponto de vista do comerciante, o pagamento digital, principalmente via Pix, é mais seguro e dá menos margem a fraudes.
“Dados do Banco Central mostram que, somente no ano passado, mais de 400 mil notas falsas circularam no Brasil, o que lesa milhares de comércios no país. Quando o pagamento acontece por meio do Pix, o dinheiro já entra diretamente na conta do comerciante de forma imediata, evitando assim o risco de fraudes”, explica Marion.
Além disso, o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC) aponta que a soma de transações no e-commerce foi de R$ 187 bilhões no último ano, um aumento de 20% se comparado a 2021.
“Isso por si só já mostra o quão essa categoria é uma realidade na vida dos brasileiros, que preferem a comodidade de comprar online ao invés de se terem que peregrinar por diversos lugares atrás de melhor oferta”, explica Nathan Marion
Já pensando no lado dos comerciantes, a loja online tem menos custos para se manter, pois gastos como salários, luz, água e aluguel acabam sendo bem menores, o que possibilita a oferta de preços melhores ao consumidor final.
“Por esse motivo, muitas companhias estão investindo mais em seu ambiente virtual, inclusive oferecendo condições especiais para quem opta por esses canais e por métodos de pagamento mais seguros como o Pix. Dessa forma, podemos concluir que o futuro das transações comerciais é no ambiente digital, de modo que quem não investir nessa realidade ficará defasado e poderá enfrentar perda de clientes e até uma provável falência”, finaliza Marion.
Fonte: Revista Exame