Uma ferramenta estratégica para ajudar o desenvolvimento local
Cada região do Rio de Janeiro, com suas características sociais, econômicas, ambientais e políticas únicas, tem demandas específicas relacionadas ao seu desenvolvimento.
Para identificar desafios e oportunidades é crucial considerar esses fatores e demandas em um planejamento sólido e direcionado e, assim, criar estratégias eficazes para aumentar o sucesso dos empreendimentos de cada região.
A Inteligência Territorial é uma importante ferramenta para empresas de todos os portes, públicas e privadas, que ajuda-as a direcionar ações visando à melhor organização e à competitividade no mercado, contribuindo para o desenvolvimento local.
Com essa visão, o Sebrae RJ promoveu mais um evento, desta vez para apresentar o Relatório de Inteligência Territorial focado no Centro do Rio e englobando também Estácio, Caju, Gamboa, Catumbi, Santo Cristo, Cidade Nova, Saúde e a Ilha de Paquetá. Participaram representantes de pequenas empresas, de parcerias de negócios e de entidades como o SindilojasRio, SindRio e o grupo Aliança Centro, além do CRAB – Centro de Referência do Artesanato Brasileiro.
O relatório, elaborado pelas gerências de Conhecimento e Competitividade, de Gestão Estratégica e de Atendimento do Sebrae RJ, oferece informações estratégicas para melhorar a atuação das empresas no Centro. O estudo analisa comportamentos e hábitos de consumo para criar produtos e serviços alinhados às necessidades dos clientes, gerando experiências de compra diferenciadas.
No evento realizado no auditório do Sebrae, nesta terça-feira (25), Eduardo Magalhães, coordenador regional do Sebrae, apresentou o cenário de desafios e oportunidades da região.
Segundo o relatório, o Centro possui cerca de 76 mil empresas ativas, gerando 625 mil empregos e uma massa salarial de 3,99 bilhões mensais. Cerca de 15.500 negócios correspondem a microempreendedores individuais (MEI); 22 mil são microempresas; 12 mil empresas são de pequeno porte (EPP); 21 mil empresas são de médio e grande porte; cinco mil empresas são sem fins lucrativos; e 500 instituições são governamentais. De acordo com Magalhães, os setores predominantes são: serviços administrativos e financeiros, serviços especializados como advogados e contadores, alimentação, moda (vestuário) e artigos para casa e construção.
Ele avaliou a maturidade das empresas e explicou porque muitas fecham.
“Embora a maioria tenha mais de 10 anos de existência, existem três motivos principais que levam ao fechamento em muitos casos: pouco preparo do pessoal, gestão ineficiente e falta de planejamento.”
Entre os casos de sucesso, o coordenador regional do Sebrae RJ informou que 16% das empresas que se sobressaem são aquelas que conseguem inovar e têm capacidade de aperfeiçoar os seus processos e serviços, além de 20% das empresas que conseguem ter uma gestão financeira ajustada, com acompanhamento rigoroso de despesas e receitas.
Mara Godoy, da gerência de Gestão do Conhecimento e Competitividade, discutiu tendências de mercado e modelos de negócios, e destacou a importância de entender o perfil dos clientes, especialmente a nova geração Z, que possui poder de compra e voz.
Ela enfatizou que conhecer os comportamentos e hábitos de consumo dos clientes permite antecipar suas necessidades e oferecer produtos inovadores. A tomada de decisão deve ser baseada em dados precisos, não em suposições ou experiências passadas. Mara ressaltou também a importância de monitorar as tendências de mercado e adaptá-las ao próprio negócio para obter vantagem competitiva.
“Utilizar ferramentas como Google Trends e Google Analytics pode ajudar a identificar oportunidades e a inovar rapidamente. Participar de eventos e acompanhar notícias também são estratégias importantes para manter-se atualizado”, afirmou, lembrando ainda que é essencial acompanhar as redes sociais e outras fontes de informação para entender o que os consumidores desejam. “Cruzar esses dados pode ajudar a criar produtos específicos para diferentes perfis de clientes”, disse.
Mara abordou também a relevância das questões ambientais e sociais, mencionando desastres naturais recentes. “É crucial que as empresas, inclusive os pequenos negócios, se posicionem de forma responsável em relação a essas questões. A geração Z valoriza empresas que realmente praticam o que pregam, em termos de sustentabilidade e responsabilidade social”, destacou.
Conheça o estudo completo acessando:
https://inteligenciademercado.rj.sebrae.com.br//produtos/Relatorio-de-Inteligencia-Territorial-Centro-Tijuca-e-Zona-Sul-Regiao-Cidade-do-Rio-I