Os atuais indicadores do comportamento da economia brasileira vêm surpreendendo positivamente, lembrando um pouco a performance havida no ano passado. As projeções feitas pelo mercado apontam para crescimento maior do que o esperado inicialmente em 2024, apesar de alguns problemas pesarem contra, como, por exemplo, as flutuações e pressões exercidas pelo dólar e o aumento dos combustíveis, que poderão disseminar outros aumentos de preços.
Nesse panorama, a inflação esperada – que já esteve abaixo de 4,0% para 2024 – vem dando sinais de que no futuro poderá ficar maior. Assim, o mercado tem feito revisões para cima e espera que a inflação feche em 4,12%, conforme boletim Focus, de 2 de agosto.
Esses sinais afetam decisões empresariais, evidentemente. Na última reunião do Copom, a ata divulgada salientou o papel do Banco Central para evitar que a inflação não descole do centro da meta. Consequentemente, unanimidade entre os votantes, os juros poderão subir a qualquer momento.
As medidas de política monetária demoram cerca de seis meses para surtirem efeitos. Na prática, elas são mais lentas do que as fiscais. Contudo, seus efeitos espalham-se por toda atividade econômica na medida em que mexem com o custo do dinheiro, interferem no investimento, afetam poupança e consumo e sinalizam os objetivos da política monetária para com o resfriamento da economia.
O mercado de trabalho vem causando surpresas, e tem gerado pressões de demanda sobre preços. Os especialistas têm sugerido cautela na observação dos preços, recomendando alta nos juros.
Hoje, as estimativas do PIB alcançam 2,2%. Mas, este agregado poderá ficar bem maior se o mercado de consumo e de trabalho continuarem promissores, e os juros só impactarem a economia mais para o ano que vem, se subirem.
Nessas condições, espera-se que o comércio nacional cresça em torno de 3,0%, possivelmente com o mercado fluminense ficando aquém da média nacional.
A questão fiscal é a mais sensível de todas, na qual o governo federal tem mostrado dificuldades na gestão para diminuir gastos visando chegar ao equilíbrio.
A parte ruim é que algo parecido acontece com as finanças do Rio de Janeiro. Logo, a conjuntura faz com que sobre o estado recaia tanto o peso da situação nacional quanto da local.
Sem dúvidas, isso prejudica o comércio fluminense, colocando o Rio de Janeiro atrás do crescimento econômico de muitos outros estados da Federação.