O comércio carioca e o setor de serviços, que já passaram com louvor por grandes eventos de repercussão mundial, como a Rio+20, a Copa do Mundo e as Olimpíadas, recebem agora, nos dias 18 e 19, a realização do G20. O acontecimento vai colocar o Rio de Janeiro na vitrine do mundo mais uma vez. Será um desafio para empresários e poder público e também uma excelente oportunidade para que a cidade amplie sua condição de principal referência brasileira no exterior.
O comércio e as áreas de entretenimento, alimentação, turismo, transporte, cultura, esporte e lazer têm consciência de que poderão se beneficiar. Esses segmentos estão preparados para representar bem a cidade e o estado. Os setores da economia sabem que é o momento de mostrar que o Rio de Janeiro está pronto para receber, atender e prestar serviços de qualidade com segurança.
Nesse cenário, a cidade poderá mostrar aos visitantes condições que possam fazê-los voltar, deixando-os com saudades da estada por aqui, graças também às belezas naturais e físicas, além da vasta oferta de produtos e serviços típicos de uma cidade cosmopolita com elevado nível de renda e alto IDH — o oitavo entre as 26 capitais e o DF.
Com a instalação da cúpula do G20, a cidade sediará cerca de 13 eventos relacionados diretamente com o encontro. A esse respeito, alguns estudos apontam para a movimentação de recursos de cerca de R$ 33 milhões, com arrecadação esperada de ISS de R$ 1,6 milhão. Portanto, recepcionar esses eventos, além da visibilidade a ser obtida internacionalmente, significará reforço para os cofres da prefeitura.
Não bastasse apenas o impacto decorrente do G20, para o mês de novembro são estimados outros 41 eventos na cidade, que podem injetar mais de R$ 433 milhões, montante significativo para impactar as atividades em geral e o comércio em particular. Essa movimentação chega perto de meio bilhão de reais.
Isso é necessário e contribuirá para a recuperação comercial do Rio de Janeiro, que tem sido lenta em comparação com a apresentada pelo restante do país. Segundo o IBGE, o volume de vendas do comércio fluminense apresenta-se na esteira da média geral computada pelos demais estados.
Os indicadores mostram o Rio de Janeiro em compasso de espera frente ao avanço maior do comércio nacional. No acumulado de doze meses até agosto, o faturamento do varejo cresceu 4,0%, enquanto no Rio de Janeiro foi de 1,0%. Nos oito primeiros meses deste ano, comparados ao mesmo período do ano passado, o varejo subiu 5,1%, ao passo que o Rio atingiu 1,8%.
Em conclusão, apesar do otimismo e esforço para se levantar, a realidade precisa ser modificada, pois o potencial a ser explorado com as possibilidades existentes de negócios é muito grande. Assim, com esses eventos, o Rio de Janeiro terá a chance de confirmar sua vocação natural, uma vez que os setores do comércio, turismo e serviços se apresentam organizados, parecendo um conjunto de veias para poder alcançar os visitantes, levando bens e oportunidades e proporcionando vivências e momentos memoráveis no consumo dos serviços.
Aldo Gonçalves é presidente do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio).