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A Economia Brasileira no 3º Trimestre de 2024

A economia brasileira cresceu 0,9% no terceiro trimestre deste ano em relação ao segundo. O aumento de quase um ponto percentual correspondeu à evolução das atividades econômicas entre o período de julho-agosto-setembro contra os três meses imediatamente anteriores.

Lembrando, o PIB é uma medida de fluxo, de geração de riquezas. Ele equivale ao que foi produzido pelos setores de produção (primário, secundário e terciário) na forma de bens e serviços.

A taxa fez com que o produto interno chegasse a R$ 3 trilhões no terceiro trimestre, aproximadamente 1/3 dos quase 10 trilhões que corresponderam ao PIB brasileiro em 2023.

Para facilitar o entendimento e mostrar a importância do desempenho positivo da geração de valor, o total de R$ 3 trilhões correspondeu a R$ 2,6 trilhões de valor adicionado a preços básicos e a R$ 414 bilhões de impostos sobre produtos líquidos de subsídios.

O produto a preços básicos pode ser compreendido sendo o produto a custos dos fatores. Ou seja, ele é a renda gerada pela economia, observada por meio do pagamento dos fatores empregados na produção do produto interno. Assim, para alcançar o produto a preços básicos somam-se todas as formas de remuneração, como lucro, juros, dividendos, royalties, salários, aluguéis, etc.

O produto a preços de mercado é o produto a preços básicos mais impostos menos subsídios. Lembrando, os subsídios possuem a natureza de assemelharem-se ao imposto negativo, uma vez que o governo despende, em favor da sociedade, para que o preço do bem ou serviço torne-se barato a fim de que consumidores ou pessoas possam ter acesso a esse bem ou serviço, havendo menos excluídos ou beneficiários.

Continuando, para atingir o PIB de R$ 3 trilhões, adicionou-se a diferença entre o que governo arrecadou com impostos menos os subsídios que gastou. Dessa forma, tem-se o significado dos R$ 414 bilhões.

O dado do último trimestre correspondeu à 13ª taxa consecutiva positiva sob o critério da evolução trimestral. Ou seja, a alta de 0,9% sobre o trimestre anterior representou treze trimestres de aumento contínuo do PIB.

Outras três maneiras de observar o ritmo favorável das atividades econômicas estão postas nas bases de comparação contra igual período do ano passado, no ano e em doze meses.

Diante de igual período de 2023 o produto cresceu 4%, ao confrontar trimestre contra trimestre. Pode-se afirmar que este último trimestre de 2024 foi muito mais forte economicamente diante do mesmo trimestre do ano passado.

Ao longo deste ano, quer dizer, de janeiro a setembro em comparação com janeiro a setembro do ano passado, a alta ficou em 3,3%; e em doze meses terminados em setembro de 2024 frente aos doze meses antecedentes findados em setembro de 2023, o PIB subiu 3,1%.

Esses números têm significância e apontam para o crescimento em 2024 acima de 3%. Hoje, o mercado financeiro, segundo o Boletim Focus, espera que o PIB 2024 feche em 3,2%, mesma taxa do ano passado, com a geração de valor e renda superior a 10 trilhões de reais.

Recentemente, o IBGE publicou a revisão do PIB de 2023, que subiu 0,3 pontos percentuais. Passou de 2,9% para 3,2%, indicando que a economia no ano passado ascendeu 3,2%, em vez de 2,9%, conforme havia sido divulgado preliminarmente.

O vigor da economia brasileira pode ser ressaltado pela melhora dos indicadores sociais. O IBGE divulgou informações relevantes a esse respeito, para anunciar que o nível de pobreza caiu ao menor patamar no ano passado, desde que começou a ser examinado em 2012.

Do trabalho do IBGE pode-se transcrever alguns destaques, pontos tópicos, tais como:

  • De 2022 a 2023, o percentual da população do país abaixo da linha de pobreza caiu de 31,6% para 27,4%. Foi a menor proporção desde 2012.
  • Em um ano, 8,7 milhões de pessoas saíram da pobreza no país. Numericamente, essa população recuou de 67,7 milhões para 59 milhões, o menor contingente desde 2012. Foram, portanto, 8,7 milhões de pessoas que deixaram a situação de pobreza.
  • No mesmo período, a proporção da população na extrema pobreza recuou de 5,9% para 4,4%, o menor percentual desde 2012. Pela primeira vez, esse indicador ficou abaixo dos 5%.
  • Esses avanços possuem força nas políticas de valorização social dos programas de transferência, na política do salário mínimo e na queda da inflação, entre outras causas.
  • Boa parte do déficit público vem sendo descarregado nessas políticas, caso da Previdência, que recentemente teve anunciada alguma desvinculação dos ganhos do salário mínimo sobre as contas públicas. Com déficit explosivo, a Previdência tem cumprido com o papel para o qual se destina.
  • Entre as pessoas de zero a 14 anos, 42,7% (ou duas em cada cinco) viviam em domicílios com benefícios de programas sociais. Esse nível é importante para ressaltar o valor dos benefícios dos programas sociais para a composição da renda familiar entre os mais pobres.
  • Em 2023, o total de jovens de 15 a 29 anos que não estudavam e não estavam ocupados atingiu o menor número (10,3 milhões) e a menor proporção (21,2%) desde o início da série, em 2012.
  • Entre 10,3 milhões de jovens de 15 a 29 que não estudavam nem estavam ocupados, as mulheres pretas ou pardas eram 4,6 milhões (ou 45,2% desse total, enquanto as mulheres brancas eram 1,9 milhão (ou 18,9%). Já os homens pretos ou pardos eram 2,4 milhões (23,4%) e os homens brancos, 1,2 milhão (11,3%).
  • Em 2023, o rendimento médio por hora trabalhada dos homens (R$18,81) superou o das mulheres (R$16,70) em 12,6%. A maior desigualdade estava entre pessoas com nível superior completo, com o rendimento médio dos homens (R$42,60) superando o das mulheres (R$30,03) em 41,9%.

Esses destaques permitem traçar alguns perfis da sociedade brasileira, principalmente no tocante à dependência da verba transferida pelo governo, e asseguram a importância dos programas de transferência para mitigar a pobreza extrema e proporcionar relativa qualidade de vida, capacidade de consumo e ampliação benéfica dos indicadores sociais.

Embora saiba-se pelo critério da distribuição de renda (apurada pelo Índice de Gini) que o Brasil se encaixa no mundo moderno como uma das nações mais desiguais do planeta, mesmo assim o país consegue aparecer na foto do cenário internacional como promissor e em franca recuperação, segundo as comparações implementadas pelo IBGE.

O estudo do IBGE encontra-se no seguinte endereço eletrônico:

https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/42043-em-2023-pobreza-no-pais-cai-ao-menor-nivel-desde-2012