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Casa Turuna: 105 anos de história do comércio carioca

Por mais de um século, a loja foi uma referência no comércio do Rio de Janeiro, especialmente para foliões em busca de fantasias e artigos de carnaval.

Fundada em 1915 pelos imigrantes portugueses Joaquim Servos e Tito de Almeida, a Casa Turuna marcou a história do comércio do Rio de Janeiro, acompanhando gerações de clientes e as transformações da cidade e do setor ao longo de 105 anos de história. Em julho de 2020, a crise econômica do Rio, agravada pela pandemia de covid-19, forçou o encerramento das atividades da loja querida dos foliões e profissionais do mundo do samba, marcando o fim de uma história de 105 anos de tradição e sucesso.

A Casa Turuna nasceu da amizade entre seus fundadores, que decidiram empreender juntos no coração da Praça Onze, região conhecida como o berço do samba carioca. O nome “Turuna” foi inspirado em um bloco carnavalesco que desfilava pela área e também no apelido de um dos proprietários, que na época significava “valentão”. As famílias se uniram ainda mais quando o filho de um sócio casou-se com a filha do outro sócio. Assim, a Casa Turuna tornou-se uma família. Inicialmente, a loja se dedicava à venda de tecidos e aviamentos. Porém, logo passaria a ser um dos principais pontos de venda de fantasias e adereços para o carnaval.

O estabelecimento mudou-se da Praça Onze para a Rua da Alfândega e, mais tarde, nos anos 1940, fixou-se na Rua Senhor dos Passos, no coração do Saara, uma das mais importantes áreas de comércio popular do país, no Centro do Rio. A localização privilegiada e a qualidade dos produtos consolidaram a Casa Turuna como uma referência para foliões e profissionais da moda, do entretenimento e do mundo do samba.

A longevidade do negócio passou por vários desafios. Ao longo do século 20, a empresa enfrentou mudanças econômicas, crises políticas e vivenciou diversas transformações do varejo. Sempre se reinventando, apostando na diversificação de produtos e mantendo uma relação próxima com os clientes.

No ano do seu centenário, em 2015, a loja precisou reduzir seu espaço de 450 m² para 200 m² como estratégia para conter custos. Apesar das dificuldades, a Turuna manteve sua tradição viva, adaptando o negócio às novas demandas do mercado, como festas temáticas e eventos fora da temporada de carnaval. Para Marcelo Servos, da quarta geração da família à frente da loja, a missão de gerir um empreendimento centenário foi um orgulho e também um grande desafio. A pandemia de covid-19 foi o golpe final para a Casa Turuna. Com a suspensão do carnaval e a queda acentuada no fluxo de clientes, a loja não suportou a crise econômica.

A Casa Turuna deixou um legado de alegria e sucesso para a história do comércio carioca. Durante 105 anos foi ponto de encontro de gerações de foliões, costureiras, carnavalescos, turistas e tantos outros em busca de um pedaço da magia do carnaval carioca.