Aldo Gonçalves
Presidente do SindilojasRio e do CDLRio
Apesar de acumular sucessivos resultados negativos nas vendas, o comércio do Rio de Janeiro começa, timidamente, a enxergar alguma melhora.
Com a aproximação do Dia das Crianças, da Black Friday e do Natal, data mais importante para o varejo, que pode representar cerca de 30% ou mais do faturamento anual para vários segmentos, o comércio carioca aposta no crescimento das vendas para fechar bem o ano.
Pesquisas recentes, realizadas pelo CDLRio e pelo SindilojasRio, mostram que, mesmo ainda diante de um cenário de muitas incertezas, a maioria dos comerciantes está otimista em relação ao aumento das vendas. Do pequeno lojista às grandes redes de varejo, estão todos preparados para tentar aproveitar o período, com lançamentos e promoções que conquistem o cliente.
No entanto, com inflação em alta, índices de desemprego e de informalidade elevados e violência crescente, estas expectativas poderão ser frustradas, se não houver real empenho do Poder Público em proteger e estimular o comércio formal, combatendo, de fato, os velhos problemas que tanto afetam o setor: o comércio ilegal, abastecido pelo roubo de cargas, contrabando e pirataria, e a desordem urbana.
Além de cobrar medidas efetivas para coibir o comércio ilegal e a desordem, o SindilojasRio e o CDLRio, ao lado de outras entidades representativas do comércio de bens e serviços, têm participado ativamente de vários fóruns de discussão, reuniões e audiências públicas, propondo ações e mudanças que podem alavancar um novo ciclo de desenvolvimento social e econômico no Rio de Janeiro. Exemplo disso é a série de reuniões realizadas nos últimos
meses, visando à revitalização do Centro, que tem discutido, entre outras ideias, a criação de um Hub Digital na região.
Em outras frentes, estamos lutando para que a reforma tributária efetivamente contemple as demandas do setor produtivo. Tributos e burocracia em excesso penalizam o setor produtivo, os consumidores, e geram insegurança jurídica.
Também estamos apoiando o PL 1.026/21, em tramitação na Câmara dos Deputados, que muda o índice utilizado para o reajuste de aluguéis do IGP-M para o IPCA. Neste mesmo sentido, integramos ações no Supremo Tribunal Federal, em busca de uma decisão jurídica favorável para que o reajuste dos aluguéis acompanhe de forma coerente a escala inflacionária do país e traga mais equilíbrio às negociações.
A construção de uma agenda positiva, seja para o país, seja para o Rio de Janeiro, depende da integração dos atores envolvidos, das diferentes esferas do poder público e do setor produtivo. Depende da disposição para superar diferenças em prol das mudanças que tanto almejamos, para retomarmos o caminho do crescimento econômico com justiça social.
As dificuldades são muitas, mas acreditamos que, com trabalho, diálogo e união, é possível vencê-las.
É hora de recomeçar.