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Metaverso: A nova tecnologia que vai revolucionar o mercado

Metaverso é o termo utilizado para indicar um tipo de mundo virtual que tem como objetivo replicar a realidade por meio de dispositivos digitais. É um espaço coletivo e compartilhado, resultante da soma de realidade virtual, realidade aumentada e internet. Esse termo – Metaverso – foi usado pela primeira vez em 1992, no livro “Nevasca”, de Neal Stephenson.

A tecnologia está, cada vez mais, construindo mecanismos inovadores e sofisticados para transportar o usuário para o universo digital, em experiências totalmente imersivas, interativas e com elevado nível de realismo. Atualmente muito se fala em inteligência artificial e realidade aumentada, mas o Metaverso promete ser a grande tendência para os próximos anos.

O Metaverso é um espaço coletivo e compartilhado na web, associado a tecnologias que recriam a experiência física no ambiente digital, construindo relacionamentos que são, ao mesmo tempo, on-line e off-line. O recurso surge com uma estratégia omnichannel, interligando diferentes ferramentas para encurtar a relação físico-digital e aprimorar a experiência do usuário.

Para o professor Álvaro Machado Dias, docente de Neurociências da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e integrante do Painel Global de Inovação Tecnológica do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), o Metaverso possibilita que ações no mundo físico se propaguem para os ambientes digitais. “É a criação de um ecossistema com propriedades relacionais profundas e eficientes para pessoas que estão separadas geograficamente”, explica ele.

O Metaverso teve sua popularização com o surgimento do Second Life, um ambiente virtual lançado em junho de 2003. A iniciativa, inovadora, simulava a vida social dos seres humanos por meio da interação entre avatares. A plataforma teve seu auge no Brasil, muito além do seu tempo, em 2006, porém não conseguiu se consolidar no mercado em função da baixa qualidade das conexões de internet naquela época. Segundo o professor Dias, a situação hoje é diferente, notadamente porque a computação espacial está se desenvolvendo de forma ainda mais veloz, impulsionada pela pandemia de covid-19, o que poderá levar à expansão da nova tecnologia.

Funcionamento do Metaverso

Com o advento da pandemia de covid-19, as videoconferências se tornaram fundamentais e todos nós fomos forçados a usar esta tecnologia ainda pouco difundida.

Na videoconferência on-line, a estrutura é basicamente binária, ou seja, você está dentro ou fora dela. Tão logo a reunião é encerrada, o usuário é desconectado automaticamente e volta ao seu estado de isolamento e trabalho solitário, sem interações com outras pessoas. Com o Metaverso, a experiência de trabalho não está mais restrita a uma chamada de vídeo. Você pode sair de uma sala de reunião on-line e continuar conectado com todo o ambiente corporativo, andando pelo corredor, passando por colegas, indo ao refeitório para a pausa do café.

Usando tecnologias de realidade virtual e de realidade aumentada, internet e APIs (sigla em inglês para Application Programming Interface – um conjunto de rotinas e padrões de programação para acessar aplicativos ou plataformas na web), as empresas podem recriar todo o ambiente presencial na web e proporcionar uma experiência completa de proximidade relacional e interações muito semelhantes às que ocorreriam no mundo físico.

Ainda de acordo com o professor Álvaro Machado Dias, “hoje, uma das grandes dificuldades para que o trabalho remoto vire algo natural para as pessoas é a falta de troca de experiência social compartilhada. O Metaverso pode tornar o trabalho virtual menos solitário e com relacionamentos mais naturais.”

Segundo o investidor de risco e ensaísta Matthew Ball, o Metaverso vai se tornar “a porta de entrada para a maior parte das experiências digitais, a chave para todas as experiências físicas, e a próxima grande plataforma de trabalho”. Para ele, o Metaverso será a força propulsora que irá criar uma nova geração de empresas, assim como aconteceu a partir da popularização da internet, podendo levar à queda dos líderes atuais da indústria, assim como aconteceu com a ascensão das plataformas digitais.

Com o surgimento do Metaverso, a dissolução das fronteiras entre lojas físicas e venda on-line promete ser bem mais radical no futuro próximo. No evento on-line da NRF realizado em janeiro deste ano, Andrea Bell, diretor da WGSN, maior empresa de estudo de tendência do mundo, mandou um aviso discreto: “fiquem de olho nas oportunidades do Metaverso”.

Agora, vamos aguardar os próximos passos e os impactos que o Metaverso vai provocar no mundo do varejo, que vem passando por rápidas e profundas transformações nos últimos anos.

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Publicado na revista O LOJISTA, edição de dezembro de 2021.