O comércio carioca registrou o pior semestre de todos os tempos, com queda de 27% das vendas em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com estimativa do CDLRio e do SindilojasRio.
Segundo Aldo Gonçalves, presidente das duas entidades, que juntas representam mais de 30 mil estabelecimentos comerciais, depois de mais de 100 dias de portas fechadas por conta da pandemia, o comércio carioca ainda não deu sinais de reação após a reabertura de suas atividades em 27 de junho passado.
“Apesar de institutos de pesquisa mostrarem uma tímida recuperação das vendas em algumas cidades do País, aqui no Rio o comércio varejista não sentiu essa melhoria. A forte redução do consumo, seja pela não circulação das pessoas, seja pela queda generalizada do poder aquisitivo causada pelo desemprego e por fatores que comprometem a situação financeira de grande parcela da população, continua afetando drasticamente o comércio”, diz Aldo Gonçalves.
“Dentre os mais prejudicados, do ponto de vista da economia, estão os micros, pequenos e médios empresários, que lutam desesperadamente para sobreviver. Além disso, a crise econômica é anterior à pandemia. Revela-se no elevado índice de desemprego, assim como na desordem urbana, na violência resiliente, na proliferação de camelôs e nas sequelas da corrupção desenfreada de governos anteriores”, ressalta Aldo.
O presidente do CDLRio e do SindilojasRio recorda que, no acumulado do ano passado, as vendas recuaram 2,9% em relação a 2018, registrando resultados negativos em todos os meses: (janeiro (-3,2%), fevereiro (-3,8%), março (-4%), abril (-3,6%), maio (-3,1%), junho (-3,8%), julho (-3,9%), agosto (-2,1%), setembro (-2,2%), outubro (-2,3%), novembro (-1,2%) e dezembro (-1,5%). Mesmo em dezembro, mês do Natal, data comemorativa mais importante, o varejo carioca amargou queda de 1,5% nas vendas.
Ainda segundo Aldo Gonçalves, as perspectivas para esse ano também não são boas. “O ano de 2020 não será de boas lembranças nem para os setores produtivos, nem para a sociedade. Todos estão sofrendo as consequências da crise provocada pela pandemia. Neste cenário, o Rio de Janeiro foi um dos mais atingidos, ao contrário da maioria dos estados que experimentou alguma recuperação. Não custa lembrar também que todas as datas comemorativas do primeiro semestre desse ano registraram quedas. Recentemente, no Dia dos Pais, as vendas também foram negativas”, concluiu Aldo Gonçalves.