Flagrantes de violência capturados por câmeras de segurança costumam se espalhar rápido nas redes sociais — e, claro, preocupam quem circula pelas regiões mais visadas. A mesma tecnologia que, na internet, chega a assustar também ajuda a polícia. E todo apoio é bem-vindo: dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) apontam um aumento de 78% no número de furtos e de 23% no de roubos de rua nas áreas sob jurisdição das delegacias da Zona Sul. A comparação foi feita entre os cinco primeiros meses de 2021 e o mesmo período deste ano.
As imagens refletem índices como o total de furtos (pedestres, de veículos, em coletivos, entre outros), que quase dobrou: pulou de 5.013 em 2021 para 8.931 de janeiro a maio de 2022. No mesmo período, os registros de roubos de rua saltaram de 1.468 ocorrências para 1.804.
Leia na íntegra esta reportagem publicada no jornal O GLOBO, clicando no link abaixo:
https://www.sindilojas.rio/wp-content/uploads/2022/07/O-Globo-01.07.22-24_seguranca.pdf
Ou no jornal Extra acessando o link abaixo:
Mais custos no comércio
Mais recentemente, vídeos gravados por essas câmeras de segurança, nos dias 17 e 18 de junho, levaram à identificação de suspeitos de assaltos realizados na Avenida Vieira Souto, em Ipanema. De acordo com Daniel Hirata, professor de Sociologia e coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF), a união de forças para redução da criminalidade por meio da tecnologia é louvável, mas é preciso regulamentar esse tipo de monitoramento.
— Todos os esforços para ajudar a reduzir a criminalidade são bem-vindos, e essa coordenação entre entes público, privado e moradores é um caminho para que isso aconteça. Minha preocupação é sobre a regulamentação do uso dessas imagens, já que elas estão sendo usadas pelo sistema de Justiça criminal. Há uma tendência grande de que a indústria da segurança privada se estabeleça nas áreas mais ricas, criando diferenças relevantes em relação ao restante da cidade — alerta.
Na Zona Sul, os registros de roubo a estabelecimentos comerciais tiveram sutil queda em relação ao ano passado: foram 109 agora, contra 114 de janeiro a maio de 2021. Entretanto, uma pesquisa feita pelo SindilojasRio e pelo CDLRio aponta que, de janeiro até maio deste ano, o comércio varejista carioca investiu cerca de R$ 100 milhões em equipamentos de vigilância eletrônica, 5% a mais do que o registrado no mesmo período do ano passado.
— É como se fosse mais um tributo pago pelos lojistas — diz Aldo Gonçalves, presidente das duas entidades.
A Polícia Militar diz que adotou, nos últimos dois meses, um planejamento especial de segurança para coibir a prática de roubos e furtos na Zona Sul e em outras regiões.