No momento, você está visualizando Paixão que vende

Paixão que vende

Lojas de clubes do Rio se espalham pelo estado e pelo Brasil

As lojas de artigos esportivos de times de futebol do Rio de Janeiro não param de crescer. É a união de duas paixões brasileiras: o sonho de ter seu pró­prio negócio e o amor pelo seu clube de futebol. Toda essa paixão é responsável por movimentar um gigantesco mercado que, cada vez mais, atrai inves­tidores e consumidores, tornando as franquias de futebol em negócios bastante atrativos do ponto de vista financeiro.

Na média, o valor para abrir uma franquia de um dos clubes do Rio custa entre 200 e 250 mil reais para lo­jas. No caso de quiosques, esse valor cai para cerca de 150 mil reais. A estimativa de retorno do inves­timento é de 18 a 36 meses. Esses valores incluem a taxa de franquia, reformas e instalação, estoque, capital de giro, tematização da loja, arquitetura, ne­gociação do ponto, enfim, o pacote completo.

O Flamengo, clube de maior torcida do País e im­pulsionado pelos diversos títulos conquistados nos últimos anos, entre eles a Copa Libertadores de 2019 e 2022, lidera essa disputa nacional com 166 lojas, sendo 101 no Rio de Janeiro e 64 por todo o Brasil, estando presente em todos os estados e in­cluindo, ainda, uma loja em Orlando, nos Estados Unidos. Nação Rubro-Negra e Espaço Rubro-Negro são as franquias que fazem parte da rede de lojas oficiais do clube.

Segunda maior torcida do estado e a quinta do país, as lojas Gigante da Colina são a rede oficial do Vasco da Gama. Atualmente são 46 lojas no estado e cinco fora do Rio de Janeiro, sendo duas em Manaus, no Amazonas, duas no Espírito Santo, em Vitória e Vila Velha, e uma em Brasília. Além dessas, o clube tem a loja virtual VascoStore, que oferece descontos para sócios do clube.

O tricolor das Laranjeiras, embalado pela sua exce­lente campanha na Copa Libertadores da América deste ano, pelo título estadual 2023 e pela volta do astro internacional Marcelo12, expandiu a sua rede ‘Loja Oficial Fluminense FC’. São 28 lojas no Rio de Janeiro e duas fora do estado: Em Brasília, no Distri­to Federal, e em Vitória, no Espírito Santo.

Já a SAF – Sociedade Anônima do Futebol do Bota­fogo está próxima de inaugurar as duas primeiras grandes lojas do clube desde a virada para clube­-empresa. A primeira será no Barra Shopping, na zona oeste do Rio, e tem previsão para abrir ainda neste mês de outubro. A segunda será uma megaloja na sede do Botafogo, em General Severiano. A ex­pectativa era de que a inauguração dessa unidade acontecesse até o fim de outubro, mas, devido a problemas de última hora nas obras, o lançamento foi adiado para novembro. O clube alvinegro lidera o Campeonato Brasileiro desde a segunda rodada da competição. O bom momento fez com que as ca­misas oficiais se esgotassem na Botafogo Store, loja virtual do clube, e em lojas virtuais especializadas em artigos esportivos como a NetShoes e FutFana­tics, além das lojas físicas da Centauro.

Camisas oficiais de jogo, casuais e retrô; bandeiras e flâmulas; copos e canecas; bonés e chapéus; sa­patos e chinelos; roupas de cama, mesa e banho; material escolar, utensílios para o lar, livros, itens decorativos, brinquedos, bolsas, entre outros. A variedade de produtos oficiais dos clubes aumenta cada vez mais. Isso porque o licenciamento é uma poderosa ferramenta de marketing esportivo, que permite às empresas desenvolver, produzir e co­mercializar produtos com a marca dos clubes, apro­ximando-os dos seus torcedores, para que possam comprar produtos oficiais e ainda ajudar o seu time de coração, gerando novas fontes de receita.

Um dos desafios deste setor é coibir a pirataria, que lucra ilegalmente com as marcas e produtos de qualidade e eficiência duvidosas. No combate a esse comércio ilegal, a conscientização dos torce­dores é fundamental. Afinal, ao adquirir produtos oficiais, o torcedor gera receita para o clube e aju­da a construir times mais fortes e competitivos. As marcas usam selos holográficos em seus produtos licenciados que garantem ao consumidor que ele está comprando um produto legítimo.

Já para se destacar entre a concorrência, os lojis­tas investem em bom atendimento para fidelizar os clientes da sua região. Muitas dessas lojas são ponto de venda e/ou troca de ingressos, o que atrai diversos clientes em potencial, gerando excelentes oportunidades de vendas.

Outras duas ações chamam a atenção do público. Os eventos com ex-jogadores, como é o caso da loja Gigante da Colina do shopping Boulevard, em Vila Isabel, que já recebeu jogadores como Donizete, Odvan, Mauro Galvão e Luisinho, todos campeões da Libertadores pelo Vasco, maior título do clube. E a outra é a exibição de réplicas dos últimos troféus conquistados. Diversas lojas do Flamengo exibem a Taça de Tricampeão da Libertadores. Já a loja do Centro do Rio, situada no edifício Menezes Cortes, destaca o troféu do octacampeonato nacional con­quistado em 2021, despertando o interesse de mui­tos torcedores para fazerem aquela famosa selfie com a taça.

Os empreendedores da área precisam saber que só paixão não basta. Abrir uma franquia requer inves­timento e estudo sobre o setor como em qualquer negócio. É preciso fazer um levantamento dos ou­tros franqueados da rede que já estão em opera­ção, dos produtos mais vendidos, do público local, do ponto de venda, entre outros dados que serão importantes para entender melhor o mercado e ver se vale a pena investir nele. Estudo de viabilidade e um plano de negócios são essenciais para o sucesso de qualquer empreendimento. É este planejamen­to que dá a direção necessária aos varejistas para lidarem efetivamente com seus ambientes internos e externos, clientes e concorrentes.

Segundo o professor e consultor de varejo, Juedir Teixeira, a implementação da estratégia também é vital. A escolha do ponto certo, do padrão visual adotado e do produto adequado ao público-alvo escolhido, além da precificação aplicada, do marke­ting e de um programa de excelência em atendi­mento e serviços (experiência de compra) formam o conjunto de ações que, se for bem implementado, aumentará de forma substancial a possibilidade de sucesso do novo negócio.