A ONU declarou o 20 de novembro como o Dia Mundial da Criança, por ser a data da aprovação da Declaração Universal dos Direitos da Criança, em 1959. Antes, em 1925, havia sido proclamado, em Genebra, o Dia Internacional da Criança, durante a Conferência Mundial para o Bem-estar da Criança, sendo celebrado desde então em 1 de junho em vários países.
Já no Brasil, a data é o 12 de outubro. Em 1923, o Rio de Janeiro sediou o 3º Congresso Sul-Americano da Criança. No ano seguinte, o deputado federal Galdino do Valle Filho elaborou projeto de lei sugerindo a criação do Dia da Criança. Em 5 de novembro de 1924 foi aprovado o decreto nº 4867, instituindo o 12 de outubro como data oficial para a comemoração do Dia da Criança, em alusão à mesma data, mas de 1492, quando Cristóvão Colombo chegou à América, chamada durante séculos de “Continente-Criança”.
Nos anos 50, a fábrica de brinquedos Estrela e a Johnson & Johnson lançaram, com grande sucesso, a “Semana do Bebê Robusto (ou Bebê Johnson) ”, que depois se tornaria a “Semana da Criança”. Lojistas no Brasil começaram a promover a data, vendendo, além de brinquedos, muitos outros artigos para crianças, como roupas, calçados e livros.
A Primeira Escada Rolante do Brasil: A Inovação que Transformou o Comércio Carioca
Há 93 anos, o comércio carioca foi palco de uma inovação tecnológica que surpreendeu a todos. Em plena Rua Sete de Setembro, no Centro do Rio, a tradicional loja Casa da Criança se destacou ao introduzir um elemento de modernidade inédito no país: as escadas rolantes. Muito antes de se tornarem comuns nos shoppings, essa tecnologia fez sua estreia no país em 1931, marcando o comércio da cidade de forma definitiva.
As escadas rolantes foram criadas em Londres, em 1906, para facilitar o acesso ao metrô, e só chegaram ao Brasil 25 anos depois, trazidas pelo Sr. Garcia, proprietário das Casas da Criança. Ele contratou técnicos americanos para a instalação do equipamento, garantindo que a loja fosse pioneira nessa inovação. Embora muitos pensem que o primeiro uso dessa tecnologia no país ocorreu na Sears de Botafogo, na verdade, foi nas Casa da Criança que os cariocas tiveram o primeiro contato com essa modernidade.
A loja foi amplamente elogiada pela imprensa da época. Em uma edição do jornal “O Globo”, dos anos 1930, a inovação foi celebrada como uma “escada roulant”, com capacidade para transportar até 4 mil pessoas por hora, um número impressionante que deixava os clientes maravilhados, comparando o Rio de Janeiro às grandes novidades de Nova York.
Naquele período, a Casa da Criança eram um dos maiores estabelecimentos comerciais dedicados ao público infantil da cidade, ocupando três imóveis contínuos na Rua Sete de Setembro em formato de V, sendo uma joia arquitetônica. A loja representava o dinamismo do comércio carioca, que se expandia rapidamente no Centro. No entanto, com o passar dos anos, o comércio da região sofreu mudanças, e a loja acabou reduzindo seu tamanho, ocupando apenas um casarão, enquanto parte de seu espaço foi convertida em uma joalheria, que ainda permanece em funcionamento.
Atualmente, a Casa da Criança está fechada temporariamente, sob o comando da arquiteta Fabiana Castro e do empresário Tiago Gomes, que enfrentaram dificuldades com a pandemia e as obras de reurbanização na Rua Sete de Setembro. Ainda assim, os novos proprietários estão empenhados em revitalizar o espaço e trazer um novo conceito para a loja, alinhados aos esforços da Prefeitura do Rio em revitalizar o Centro da cidade.
