Tema recorrente nas mesas de debates, o endividamento das famílias volta a ocupar o noticiário diante do crescimento da inadimplência. O viés de alta da Selic, assim como a tendência de aumento da demanda por crédito, puxaram e continuarão forçando para cima as taxas de juros da economia, colocando o Brasil no podium dos países que constituem relativamente um dos maiores preços do dinheiro.
Como efeito disso, quando a participação das dívidas no orçamento torna-se um tormento traz uma série de problemas que podem vir juntos ou isolados, afetando a qualidade de vida, tais como inadimplência, dificuldades sociais de pagamento das dívidas, absenteísmo no trabalho, queda da produtividade, problemas domésticos e de saúde, necessidade de renegociação de dívidas, entre muitos outros.
Para atenuar o quadro, a educação financeira pode servir de remédio para os males bem como solução para reverter situações onde as pessoas endividadas não sabem como (re)agir e, muita vezes, mostram resistência a diminuir seus gastos, sem conseguirem enfrentar o desequilíbrio do orçamento.
Um dos primeiros passos é conhecer para onde vai o dinheiro, saber como e quais são os gastos que podem estar prejudicando a saúde das finanças. Assim, a estruturação dos gastos constitui um grande passo para conhecer e descobrir o que vem acontecendo e para onde está indo o dinheiro. Como apoio, existem diversos apps que ajudam esse tipo de organização.
Com o arco de iniciativas abrangentes, a educação financeira é de suma importância no combate ao desequilíbrio das contas. Nesse processo, entre as orientações, estão fazer anotações diárias, ter conhecimento dos gastos, dar mais atenção aos desperdícios, conter impulsos e, naturalmente, estar consciente de que o preço a ser pago pelo desequilíbrio é muito alto devido às cobranças com o elevado nível dos juros.
Para se obter êxito frente aos transtornos, nada como organizar um plano de gastos, ter foco nos resultados, insistir na mudança do perfil do consumo, deixando o tempo passar conforme a nova rotina e os hábitos adquiridos. Nessa sequência de sugestões, a estruturação dos gastos constitui-se passo primordial para o começo da organização financeira a fim de identificar os fatores de desequilíbrio em busca de mudanças a melhor qualidade de vida.
Aldo Gonçalves é presidente do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio) e do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Município do Rio de Janeiro (SindilojasRio).